O asfalto vai cortando a terra seca e judiada pelo sol…
Não aprendemos a semear, não ousamos cuidar e não saberemos colher, portanto jamais conjugaremos os verbos dividir, contemplar, resplandecer…
Linhas de trens abandonadas e instaladas fora do lugar, revelam o quanto somos absurdos e quanto fazemos mal uns aos outros. Talvez tenhamos que nascer de novo, juntos, para reparar tanta anarquia acumulada.
Animais atravessam a pista que fora feita apenas para os carros. Alguém esqueceu de alguém ou foi impressão minha? Carnes, penas e pelos são esmagados impiedosamente, e outros, outros e outros bichos são afugentados pelos sons dos motores ou busca de sombras que não existem mais.
Nesta paisagem pintada de marrom desbotado, a natureza tenta dar o último gemido para salvar sua sina, vítima de tantas cobiças, ambições e burrices de governos inoperantes.
Vez ou outra, surge uma massa de arvoredos, que disfarça nossa culpa descarada. Arvoredos sortudos ou guerreiros, não sei… Galhos solitários…Solidários às aves que não têm para onde ir. Suas raízes puxam para si o resto de umidade da terra esturricada para escapar das pancadas do sol.
Açudes, jumentos e urubus sugam cegos o que resta…da água, da morte, de nós…
Os cactus são heróis estáticos, quase petrificados na sua missão de resistir. Permanecem respirando e dão pontadas de vida pelo caminho. Caminho que é nosso, mas todos sabemos, que aquilo que sangra, nunca é de ninguém.
Pequenas elevações montanhosas estão cobertas por plantas nanicas e depiladas, que derretem aos poucos neste caldeirão que transborda a quase quarenta graus.
Meu corpo está a quarenta graus… estirado no asfalto que transpira em chamas, em meio a brisa do sertão.
Ninguém deveria morrer sem antes conhecer a beleza do sertão nordestino.
Patos, PB
Como sempre, o que vc escreve mexe comigo, bem lá no íntimo… Lindo. Obrigada!!!
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Amei! Quanto aprendi… Verdade, esquecemos de algo. O seu pensar me fez repensar. Lindo demais…
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Descreveu a realidade do sertão com muita clareza e beleza! Devemos ler, reler…repensar no que estamos fazendo!
Belíssimo texto!
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Obrigada amigaaaaa
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Sabia que essa viagem iria render muita inspiração! Obrigado por compartilhar conosco ♥
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Beijos Rapha! Saudades!
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Tellement de beautés à découvrir avant de mourir, hélas !
Je ne comprends pas tout, mais je sens la poésie de ce texte 🙂
(j’espère que tu parles français, comme tu passes sur mon blog je me dis que oui… Je suis encore bien incapable de m’exprimer en portugais !)
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Obrigada! Não sei francês, mas traduzi suas palavras com ajuda do google
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Google pode ser muito util! Aprendo português com Duolingo, mas solo sao lições rapidas… Gosto muito desta linguagem ^.^ (e el espanhol ajuda para entender!)
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Quelle belle découvertes – je t’en remercie de tout coeur – Bonne semaine – je te prie de m’excuser car je ne peux m’exprimer dans ta si belle langue – amitiés – france
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Obrigada pelas palavras! Utilizei o Google para traduzi-las. Um grande abraço!
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Sempre esquecemos algo. Normalmente, o mais importante.
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Vc é inigualável te convido a visitar minha terra querida meu querido Amapá estarei indo em maio/17. Depois de 20 anos visitarei a terra querida. Vc é minha convidada vip.
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Uhuuuuuuu
Convite aceito!!!!
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Lindo texto, sei muito bem o que é isso. Sou sergipano da foz do velho Chico.
Obrigado por retratar uma realidade tão dura e quase esquecida.
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Obrigada Francisco!
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Intenso e nos faz viajar… pensar e refletir… Senti a força de cada palavra e o desejo ardente de conhecer o sertão. Abraço!
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Nossa, essas palavras vindas de um escritor tão sensível me deixa muito feliz!
Os sertanejos o receberão de braços abertos. São pessoas lindas, admiráveis.
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Oh! Nem sei o que dizer… Só sei que quero ir agora!!!!
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Calma, antes precisa escrever o capítulo 4 – O novo vizinho! Estou esperando!
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Rsrs… Combinado!
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Como é bom viver esse momento,viajar faz um bem danado. 😀
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Amo conhecer lugares e pessoas !
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Sem dúvidas é ótimo. 😀
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Boa tarde, Ana.
Sou visita de primeira vez. Estou deste lado do Atlântico. O seu texto é muito sensorial, agradou-me bastante. Uma vez que é minha seguidora, retribuo com muito gosto. Os seus posts passarão a fazer parte do meus “desabafos em rodapé” a partir de agora.
Bom domingo,
Mia
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Que felicidade ler as suas palavras! Bom domingo!
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Fermosas palabras que acompañan a esas nubes que cruzan os ceos azuis.
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Lindas palavras as suas! Obrigada!
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Ana Teixeira, bons ventos de estrada no rosto me trouxeram você, lá no blog. Por aqui gostei muito do que li. Salve, Ana.
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Que bom Odonir! Continue lendo e passando pra mim suas impressões sobre meus textos e poemas! Farei o mesmo! Bjs
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Bom dia, Ana! Vim agradecer pela visita ao meu Blog, e goetei muito do seu! Passei a te seguir tb! Grande abraço.!
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Estive no sertão, Ana, uma única vez, desde então ele me visita. Belo texto.
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Obrigada!!!! Uma abraço!
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Eu que moro nessa região posso dizer que você pintou uma bela imagem da realidade da flora e da fauna daqui. Vemos esqueletos empoeirados e buracos por onde riachos passavam. É uma tristeza, até o famoso umbu, que uma vez por ano íamos colher para fazer doces e sorvetes, hoje só se encontra nos locais mais hostis, onde poucos humanos ousam pisar.
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